quinta-feira, 13 de maio de 2010

Meu Tio Toamava Conhaque com Raul




É verdade e meu pai sempre dizia,
-Sabia filho que meu irmão bebia com o Raulzito?
Mas que me importa saber isso, eu sempre pensava,
Pequeno que era, só entendia Raul como uma velha opinião

Ficava eu a pensar, e lembro-me com detalhes,
Juntava tudo que já havia visto,
E tentava montar a imagem do que seria uma velha opinião,
Meu Deus! E ainda por cima que já era formada sobre tudo!

Pode ser bobeira eu sei,
Ficar imaginando isso,
Coisa de criança de cinco anos,
Que não bebe nem depois de adulto,
Mas sempre teve o sonho de tomar um porre com Raulzito

Meu tio bebia com ele,
Contava sempre meu pai,
Ele jura de pé junto,
E eu acredito com o pé atrás

Ouvi Raul desde novinho,
Perguntava o que era maluco beleza,
E me mandavam estudar,
Cantei que tinha perdido o meu medo da chuva,
Minha avó disse que era certo que eu iria resfriar

Mas por júpiter!
Eu imaginava aranhas brigando,
Pedras altistas,
E queria tomar banho de chapéu!

E meu tio, tava lá tomando conhaque com o Raul Seixas!
Ah se eu soubesse, naquela época, o que era "rockear".

Victor Alves Lessa

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Menino do Metrô




Sempre soube, eu sempre soube e tu também. Não há quem veja a fome, quem veja os meninos nas ruas e não saiba que há algo de errado. O problema não é saber, isso a gente faz, o problema é saber, e só, como quem não sabe de nada. Mas o que me chama atenção eis aqui, e é o que muitos podem chamar de clichê, porém eu chamo de verdade, doa a quem doer, e sei que dói aos que acham clichê, por isso o acham, porém eu sei que é a realidade o que vou dizer...
Voltando da faculdade, depois de um dia exaustivo, com muita correria e coisas do tipo, eu entro no metrô e me sento. Percebo que estou sentado em cima de um pequeno pedaço de papel, mas não me importo. Poucos segundos depois um menino passa recolhendo moedas e pedindo o papelzinho de volta. Então compreendi ao que se referia o papel, mas não me movi para retirar o papelzinho de baixo de mim (estava cansado demais), apenas entreguei algumas moedas ao garoto, e sem nenhum sorriso fechei os olhos e me ajeitei no banco. O metrô começou a se mover, abri os olhos, e vi o garotinho de pés descalços, que tinha ficado na estação do Brás, sorrindo e muito contente, contando as moedinhas. Comecei, ao passo que o maquinista acelerava o trem, a ver um filme em minha mente, e eis a parte clichê, ou que pelo menos alguns possam achar, mas comecei a me lembrar da minha vida que reclamo tanto, do meu salário do qual eu reclamo tanto. Não consegui me recordar de nenhum sorriso meu ao ver o dinheiro que, sagradamente todo mês cai na minha conta. Não consegui me lembrar de nenhum sorriso meu ao abrir a geladeira de casa, e ver que havia comida, apenas me lembro que reclamo tanto, que nem me lembro de não reclamar, e isso é natural, diz-mês que não o faz! Nenhum sorriso ao menino do metrô que já não recebe muitos, e muitos sorrisos diante da TV, diante de “Poetas de uma palavra só”, diante da banalização de pessoas humildes, da ridicularização das pessoas simples e inúmeras outras sátiras trágicas, que milhares de pessoas e eu também (não serei hipócrita) rimos de dar gosto.
Pode ser, e até é um episodia simples o do metrô, mas eu me pergunto sempre qual será meu próximo passo, o que farei de pós-graduação, em que quero me especializar, qual idioma quero aprender, qual país quero visitar, se quero morar em casa ou apartamento quando me casar... Mas o que será que aquele menino, e outros pensam e se perguntam? Acredito que seja: - por quê? Enquanto pequenos, ainda riem e ficam felizes com as moedas, que respondem, momentaneamente alguns de seus questionamentos, mas no futuro, a esmola pouca, que santo nenhum desconfia, não saciará a sede por respostas. Uma solução? Uma atitude? A curto prazo, um sorriso. Não mata fome, não dá dinheiro, mas dá esperança, mas dá força, mas dá um sorriso de reciprocidade e isso... é impagável.

sábado, 12 de setembro de 2009

Ser previsível é ser humano




Que graça tem a vida se não pelas coisas simples dela? O amor é algo simples? Porque só vejo graça na vida quando amo,ao contrário, a minha vida é um completo mar de incertezas,um quarto escuro onde jaz o medo,a fraqueza e a solidão.Que graça tem o mundo se não pelas coisas óbvias mas necesssárias? É óbvio que o sol outra vez nascerá pela manhá,no entanto,é necessário que ele nasça para que a luz e a fonte de energia do mundo não se acabe e para que os seres-humanos não se tornem uma espécie extinta.Que graça tem o ser humano se não pela ousadia de se dar ao luxo de ser previsível? Por mais que as pessoas tentem,não podem negar que o que as tornam diferentes são as coisas repetidas que elas fazem mas sempre com um grau mais avançado no caminho rumo a perfeição, essa que por sua vez não existe por completo. Nem sempre damos Bom Dia do mesmo modo,com o mesmo desejo de que o dia da outra pessoa seja bom,as vezes,só o fazemos por costume.Mas apesar da maneira diferente como fazemos as coisas,sempre faremos e isso nos torna previsíveis.Uma história de amor,uma louca paixão,alguém que amou demais outra pessoa,ou que foi amado,são coisas simples,óbvias,previsiveis,mas que sempre acontecem de maneiras diferentes,com uma maior intensidade, com finais tristes ou felizes. Ser diferente, ou simplesmente, ser humano, é ser previsível, e ser ou não ser não é a questão, é a vida.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Tomo Café logo existo




Meu Deus! Como café faz falta!
Hoje cheguei à empresa e o pó tinha acabado!
Fiquei quase o dia inteiro sem tomar café e isso é quase um óbito pra mim!
Tive que ir à padaria a tarde comprar, mas sobrevivi, por milagre, e estou aqui para vos falar, ou melhor, escrever.
Já que estou a falar dele, então vamos entrelaçando os assuntos a que ele me remete e ver se chego a algum lugar. Bom, café me lembra interior que me lembra regionalismos, que me lembra etnia, que me traz à mente matrizes, que me lembra a África, Europa e os Índios, as três matrizes responsáveis mesmo que indiretamente pelo surgimento do brasileiro.
Á partir dessas matrizes e de muitos genocídios e etnocidios vemos surgir a nossa figura verde e amarela, sem nos esquecermos é claro, das submatrizes que nos foram agregadas ao longo de nossa biohistória, como por exemplo, os japoneses, italianos e árabes.
Toda essa heterogenia brasileira nos remete a um ponto principal, a hegemonia de certos povos, ou de certos portugueses.
Como pode uma nação, um povo, formado por seres-humanos cometerem tantos atos monstruosos por simplesmente, se acharem superiores a outros? Toda a etnocêntrica história da colonização do Brasil nos revela os preconceitos raciais, as mortes injustas, os crimes sem punição que muitos de nossos antepassados cometiam sem sequer pararem pra pensar no que estavam fazendo e no que estavam causando. Toda a escravidão a que foram submetidos os negros é simplesmente vergonhosa, asquerosa e hipócrita. Todo o etnocídio cometido contra os índios, também o genocídio tanto contra esses povos tribais e os povos oriundos da áfrica são para matar de vergonha a raça humana. E a partir deste ponto principal vemos como é a história de desenvolvimento do Brasil, algo totalmente desigual e sangrento, embora tanto sangue derramado não tenha mudado muita coisa.
E aí muitos se perguntam: - Por que o Brasil não vai pra frente?
Ora, senhores, ora Senhoras, eis o meu humilde parecer diante desta pergunta: Como uma nação pode andar sem uma estrutura básica educacional? Como pode essa mesma nação caminhar em meio a uma desigualdade social gritante como a de nosso amado e idolatrado Brasil?
Sem querer ser repetitivo, e nem cansativo, mas senhores, o nosso país precisa oferecer uma educação de qualidade para o povo!
Como esta gente, sem instrução poderá escolher bem os seus governantes? Poderá conseguir bons empregos? Poderá fazer frente às desigualdades que a acomete?
Ora, nessa disparidade que é a realidade social do Brasil, como será possível diminuir a violência, extinguirem-se os roubos, chacinas, pedintes de farol, malabaristas das avenidas e os mendigos de cada esquina? Simplesmente é impossível uma nação ir pra frente tendo como principais problemas dois dos maiores atrasadores do desenvolvimento humano: A falta de estrutura educacional e a desigualdade social. Pensemos nisso, e pensemos também: E nós com isso?
Amigos interneteiros, este que vos escreve, é apenas um acadêmico de jornalismo que gosta de antropologia e de café, sendo este último um de seus maiores vícios e capaz de estimulá-lo a várias discussões repentinas, como esta que acabas de ler.

Peço que só não repares.

Com amor,
Vitinho Lessa

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Brilhantes na cabeça, cascalhos no bolso, um grande amor no peito e loucura por vocação.





Sabe, estive pensando... Como eu amo a profissão de jornalista!

Mas ao mesmo tempo, me sinto triste, confuso, duvidoso...

Talvez fosse melhor ter sido contemporâneo de Chatô.

Talvez eu tivesse nome de santo também ou ainda nome de escritor francês.

Mas não é meu nome a questão.

Aqueles irremediáveis apaixonados por jornalismo, aqueles cujo coração

Ardia pelo amor à profissão, aqueles nos quais vivia e morria a sede em dar notícias.

Onde estão? Onde andará os grandes jornalistas, sempre dois passos a frente

De seu tempo, sempre buscando um furo, um rumo, muitas vezes contrário

Ao que é certo aos olhos da sociedade, mas totalmente traduzível ao coração

Apaixonado e urgente de um jornalista em fase de criação e apuração.

Não me agrada ver, hoje, muitos dos que buscam se profissionalizar

E obter um diploma de jornalista, não me agrada sentir a indiferença

Que sentem à essência que traz essa profissão. Apenas buscam,

Esses jovens universitários, a graduação, para então, poderem

Trabalhar em qualquer site ou assessoria, em qualquer jornal,

Em qualquer pauta, em qualquer edição, em alguma rádio,

Ou até mesmo em qualquer televisão. Mas, por Deus,

Onde está o amor? Cadê a paixão?

Não importa em qual área o jornalista queira trabalhar,

mas tem que haver sempre uma história de amor, sem exceção.

Cadê a poesia no jornalismo?

Cadê os jornalistas loucos e obcecados?

Não há, na essência verdadeira, jornalistas lúcidos, vide Chatô.

Posso parecer louco, mas quero de volta a loucura.



Com amor,



Vitinho Lessa

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal."



Estive pensando...

Nesta Terra de faz de conta, as pessoas fingem que acreditam, dizem que sabem de tudo, mas de tudo o que sabem, não sabem de nada. Somos pré destinados a viver e a morrer acreditando em fadas, a nunca deixarmos essa Terra do Nunca nem por um segundo, simplesmente porque vivemos sempre agarrados em um futuro que não acontece, um futuro que já faz tempo que passou, se é que me entendem. Futuro, futuro, futuro, futuro, de novo de novo de novo e de novo.

Futuro de novo, de novo futuro, será que o Brasil não poderia ser o país do presente?

As pessoas precisam de filosofia, precisam de autonomia, precisam abrir a mente.

Não é possível que eu seja louco, que eu seja demente, não quero acreditar que todos estejam lúcidos enquanto eu não me conformo com o que vejo e morro sem deixar de viver, observando de minha tumba essa plutocracia dominando a classe da burrocracia, um caso de policia que ninguém mete a colher.

Meu Deus, Meu Deus, será que não posso pegar um pó de fada, jogar nos meus pés e voar além do horizonte, morar num lugar bonito e tranqüilo junto com o Rei de Pasárgada?

Porque só sendo amigo do Rei mesmo pra poder sobreviver, e longe de tudo isso pra poder ter paz.

Eu sei e confesso, não estou lá com cartaz nas mãos, protestando, reivindicando nenhum direito.

Mas olha, eu pelo menos também não estou sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes amarelos com tártaro esperando a morte chegar e me chamar de covarde do sorriso feio.

Eu posso estar aqui tomando meu café, escrevendo escrevendo escrevendo, de novo de novo de novo de novo e de novo pra quem sabe algum louco no futuro me apoiar. Você que pensa que demora, Olha aqui, preste atenção, o futuro já foi, passou abestalhado, foi junto com esse segundo de agora, e eu me vou junto com o futuro e com o segundo, só esperando pelo que virá. Só espero que não seja e não haja, nenhuma invasão de “fadas” no Brasil, porque aí o pessoal não deixa de acreditar MESMO. Se é que me entendem de novo. I Do, I Do.



Beijos piketuchos, e ó... Tomem café!!



Com Amor,



Peter Pan.

sábado, 8 de agosto de 2009

Eu não tô nem aqui...

Olá!

Bem vindos ao CAFÉ Urgente, Meu nome é Victor Alves Lessa e esse é o meu mais novo blog e a minha mais nova tentativa de manter um blog jornalístico cultural. Mas dessa vez vai... .

Bom, trago a vocês esse vídeo que é do Max Gonzaga e foi apresentado a mim em uma aula de Filosofia na faculdade. De imediato me apaixonei pela melodia da música e pela letra é claro, que retrata perfeitamente o que não é novidade pra ninguém: O Dia-a-dia de um classe média. E...Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Aproveitem, e tomem um café enquanto assistem o vídeo e apreciam meu blog, afinal, café é vida e mania nacional.

Abraço